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Adeus Celulite

quinta-feira, 6 de maio de 2010

A Viagem

Ano, final de1989. Trabalhava como desenhista publicitario, em meu proprio estudio. Era o ano que antecedia, o ano eleitoral a presidente da Republica. Trabalhava arduamente. Os trabalhos deveriam ficar prontos, custe o que custasse. Deveria ser mais agil, mas era impossivel. Era epoca em que a informatica começava a se expandir. Foi quando decidi que precisava de um computador.
Mas para isso precisaria de dinheiro. Emprestimo e financiamento estava fora de cogitação.
Nessa mesma epoca explodia a onda de decendentes de japoneses, irem trabalhar no Japão, conseguindo juntar um bom dinheiro em pouco tempo. Foi ai que decidi que era uma oportunidade
para comprar um computador e dar continuidade a minha profissão.
Fevereiro de 1990, estava eu prestes a embarcar no meu primeiro vôo internacional. Estavamos
num grupo de seis pessoas, com passagens financiadas pela empreiteira e a agência de viagens.
O financiamento seria descontado durante seis meses, de nossos salarios suados, dando a empreiteira e a agência de viagem uma comissão bem polpuda. Uma das seis pessoas e um primo meu. Despedi de minha mãe e meu irmão, e embarcamos. Partimos do aeroporto de Guarulhos, passando por Los Angeles e chegando ao aeroporto de Narita, proximo a Toquio. Eram mais ou menos 11:30h, hora local. Passamos pelo balcão de checagem, depois a retirada das malas, e a revista alfandegaria, onde deveriamos abrir todas as malas. Eu mesmo levei tres
malas. Uma com roupas e outras duas com um monte de enlatados, feijão e ate carne seca. Naquela epoca a falta de informação era total. Bem, fomos informados para dizer que eram presentes pois, tudo estavam embrulhados para presentes. E tambem, não poderiamos dizer que fomos ao Japão a trabalho, pois o nosso visto era de apenas tres meses. Nosso visto de trabalho seria providenciado pela empreiteira mais tarde. Apos passarmos pelo balcão da alfândega, deveriamos esperar do lado de fora dos portões, todos se reunirem. La fora, ja estaria uma pessoa da empreiteira aguardando com uma placa da empreiteira. Assim, um a um foi saindo e se juntando a nos, exceto o ultimo. Ficamos esperando, esperando, uma, duas, tres, quatro horas e nada. Nisso o homem da empreiteira ligou para seu superior, e deve ter recebido ordem de irmos sem a ultima pessoa, que faltava.
Agora que vem o pior. Eu, magro esqueletico, com tres enormes malas para carregar.Enquanto estavamos dentro do aeroporto, as malas estavam sobre um carrinho, saindo de la, a coisa desabou! Sofri um bocado, puxando as malas, que as vezes tombava de lado, com todo aquele peso morto. O senhor da empreiteira ate que me deu uma ajuda. So depois de algum tempo que fiquei sabendo, que dentro dos aeroportos existem transportadoras que fazem entregas a domicilio, em qualquer parte do Japão, por um taxa e claro. A taxa varia entre 20 a 30 dolares aproximada por mala. Dependendo do horario que enviar a mala, ela estara no dia seguinte no endereço desejado.
Saindo do aeroporto pegamos tres trens, mais um trem-bala e mais uma vagon, ate chegarmos ao local do alojamento e da fabrica, onde seria nosso batente do dia a dia. (continua...)